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Sáb., Abr.

Ao pensarmos numa família, é justo considerar que a sua continuidade se dará por meio dos seus descendentes. Caso esses descendentes não surjam, essa tal família será extinta. Esse raciocínio simples – e talvez até simplório – pode ser aplicado às instituições religiosas que precisam gerar descentes para que continuem a existir e levem adiante o seu legado. Para os Paulinos e para a Família Paulina, a busca de jovens que se encantem pelo carisma proposto pelo Bem-aventurado Tiago Alberione é vital para que a árvore “paulina” se mantenha frondosa e produtiva.

Jesus, após receber o batismo ministrado por João, é confirmado pelo Pai em sua vocação, segue para o deserto e, ao retornar de lá, chama os primeiros que seguirão seus passos: Simão, André, Tiago e João. Podemos afirmar que a vocação de Jesus tem caráter abrangente e atrativo. A vocação de Jesus apresenta também o gregarismo como um dos seus traços identitário. A palavra pronunciada por Jesus era ele próprio e essa palavra teve – e ainda tem – o poder de cativar e de transformar vidas, basta apenas que as pessoas se deixem tocar com essa palavra eficaz.

Diante do chamado para fazer algo pelos homens com os quais viveria, Alberione, num caminho evolutivo e de purificação vocacional, dá-se conta de que ao redor de si eram necessárias vocações afinadas com a sua própria vocação. A Casa é constituída e os primeiros passos são dados. Ainda que os primeiros discípulos de Jesus não soubessem exatamente as intenções do Mestre; mesmo que os primeiros jovens não entendessem plenamente o que se passava na mente e no coração do Primeiro Mestre, eles depositaram suas vidas, ao menos naquele momento, nessa busca por algo maior e que os realizaria como seres humanos e pessoas de fé.

A insistência vocacional permanece. A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) instituiu agosto como o Mês Vocacional, em 1981. O objetivo do Mês Vocacional é ressaltar a importância das vocações para o anúncio do Evangelho de Jesus Cristo e para a própria vida do povo de Deus; estimular o despertar das vocações especialmente entre os jovens e conscientizar as comunidade da responsabilidade que elas compartilham no processo vocacional. Poderíamos considerar, em chave reversa, que se a realidade vocacional não fosse uma preocupação para a Igreja do Brasil, não teríamos a instauração de um mês dedicado à reflexão, à oração e às iniciativas vocacionais. Nessa mesma dinâmica, de forma ampliada, a Igreja do Brasil celebra em 2023 mais um Ano Vocacional que assume o lema Coração ardentes, pés a caminho (cf. Lc. 24,32-33). A Família Paulina há alguns anos também vivenciou um ano dedicado à reflexão vocacional, 2019-2020, sob o lema Reaviva o dom de Deus (2Tm 1,6). Diante de tais iniciativas, talvez a pergunta mais recorrente seja: quantos jovens aderiram às fileiras da Igreja, das Instituições religiosas masculinas e femininas, à Família Paulina?

Bem sabemos que novos tempos exigem novas estratégias para que cheguemos a bons resultados; contudo, podemos nos questionar se essa orientação se aplica à dinâmica vocacional com tanta precisão. Jesus simplesmente passou e convidou aqueles que ele julgou adequados para o trabalho que desenvolveria; Alberione, certamente, foi cuidadoso ao chamar os primeiros jovens para o começo da Casa, mas nada de muito extraordinário foi feito por ele  a não ser a sinceridade que transparecia em seu olhar diante da missão que descobria e assumia.

Com isso, não descartamos as contribuições do marketing nem da psicologia nem da sociologia; contudo, o testemunho de vida é a principal “ação” para que uma dada vocação se mantenha atrativa aos jovens. Se um jovem vê que os membros de um determinado Instituto consomem a própria vida pela causa que assumiram, muito provavelmente, esse jovem vai considerar aderir a este projeto. A vocação acertada propicia ao vocacionado crescimento concreto e consistente em todas as áreas da sua vida. Esse crescimento não se volta para si em atitudes egoístas, mas se expande em busca do outro e de um mundo melhor. Quando afirmamos que vivemos, nos dias atuais, uma grande crise vocacional, talvez não seja mentira. Um reflexo dessa crise como vimos anteriormente são os meses e anos vocacionais propostos pelas instituições que compõem a Igreja. Podemos, contudo, nos perguntar: não há jovens dispostos a assumir a vocação religiosa ou as nossas comunidades religiosas não são suficientemente atrativas para despertar o interesse de tais jovens?

Embora seja responsabilidade de um ou outro membro da Instituição, o Serviço de Animação Vocacional é empenho cotidiano de todos e de muitos modos: no exercício silencioso ou agitado do apostolado, no encontro com o Mestre na Visita Eucarística ou na reza reservada do terço enquanto cruzamos estradas ou ares por causa da missão (ou mesmo de férias), no empenho estudantil que pode nos comprometer por dias e noites, na busca mais eficaz de acolher-nos e acolher quem está ao nosso lado sem preconceitos e prejuízos.

Se a vida de cada consagrado, por causa do Mestre, se tornar foco de luz e obtiver sabor, será atrativa e a mais eficaz ação de marketing. Por causa do Mestre, sem dúvida, cada religioso será inspiração para que muitos se decidam pela consagração religiosa; desse modo, do próprio coração para outros corações e para o mundo cumpriremos o mandato de Jesus: anunciar com a vida que o Reino já está presente.

Agenda Paulina

27 abril 2024

Feria (bianco)
At 13,44-52; Sal 97; Gv 14,7-14

27 abril 2024

* 2003 D. Giacomo Alberione, fondatore della Famiglia Paolina, è proclamato Beato • FSP: 2017 a Tamatave (Madagascar).

27 abril 2024SSP: D. Pancrazio Demarie (1954) - Fr. Salvatore Fabio (1954) • FSP: Sr. Angela Cavalli (2009) - Sr. Giovanna Ballini (2012) - Sr. Nicolina Pastorino (2021) • IMSA: Gaetana Piazzese (2017) • ISF: Pietro Deplano (1991) - Salvatore D’Aprile (2005) - Luigi Cocci (2011).