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Jeu, Mar

Padre Alberione foi um líder religioso extraordinário. Curioso e audaz, porém comedido e discreto. Um líder não apenas eficaz, mas espiritual e profético. Isto significa que sua gestão não se regulava somente pela eficiência profissional, mas, sobretudo, pela disciplina interior e o sentido de pertença à humanidade. Como homem da comunicação, padre Alberione soube tirar proveito das grandes invenções humanas, mas nunca se deslumbrou ou deixou-se iludir pelas tecnologias. Ele soube interpretar os acontecimentos de sua época, mas sem se deixar escravizar por nada. Aliás, se a sua liderança fosse pautada apenas por esforços humanos, certamente, os frutos não seriam tão abundantes.

Desde as origens da Família Paulina, o padre Alberione exerceu um forte poder de liderança sobre seus primeiros jovens seguidores, preparando-os para encarar os desafios do caminho e depois se tornarem os novos protagonistas do legado de Jesus e do Apóstolo Paulo. Sua primeira preocupação, disse certa vez o Pe. Domenico Spoletini, era inculcar nos jovens valores profundos e convicções bem arraigadas. “Desse modo, podia contar com gente de personalidade forte e decidida”.

Imbuído de uma indomável fortaleza interior, Alberione sempre foi um homem de decisão, mas isso não significa que ignorava os valores e talentos de sua “equipe”. Muito pelo contrário. Gostava de observar as aptidões individuais, para confiar a cada um conforme suas potencialidades. Não importava se era um padre, um discípulo ou uma irmã... Alberione sabia extrair o melhor de cada pessoa. Porque era um líder cheio de compaixão.

Para Sgarbossa e Vagnoni, no livro “Alberione, el rostro de un líder”, o padre Alberione “atuava com coerência e audácia, porque possuía todas as características do líder: profundo conhecimento dos homens e das situações, perfeito equilíbrio entre pensamento e vida, coragem para afrontar os riscos e critério para valorizar as pessoas. Mas, antes de tudo, tinha aquele toque carismático próprio dos chefes natos, que contagia a quantos dele se aproximam; uma forte pedagogia, enfim, que sabia influenciar os primeiros seguidores nos futuros projetos de Deus, dando-lhes a máxima confiança. Deste modo, a juventude respondia com generosidade e criatividade”.

Nas palavras de Spoletini, o “primeiro-mestre” era um homem de grande visão e de pouquíssimas palavras, profundamente convencido das decisões tomadas, quando devia atuar. “Além disso, tinha grande capacidade criativa, de modo que, quando se propunha a uma meta, num passe de mágica floresciam as obras. Com efeito, padre Alberione tinha todas as qualidades de um líder”.

No âmbito empresarial, a palavra liderança está relacionada à comunicação, competência e eficácia de um profissional. Liderar significa, em síntese, desempenhar bem determinado papel ou função. No sentido alberioniano, por assim dizer, liderança significa mais que isso. Significa caminhar junto apesar dos gostos e diferenças, sofrer junto e partilhar o peso da cruz, diariamente, em sinal de amor ao apostolado e ao seguimento de Jesus. Obviamente, essa não é uma tarefa fácil. Faz parte da livre entrega de todos os dias.

Como bom conhecedor da personalidade humana e dos desafios da evangelização no mundo moderno, padre Alberione sabia que, sem uma boa dose de vida interior, ousadia e coragem, ninguém cria comunicação e ninguém se faz líder. Por isso, ele insistia tanto na formação dos jovens comunicadores: “um jovem formado será um futuro líder que arrastará os fracos, os indecisos; dominará sobre as diferentes opiniões e ambientes e será capaz de alcançar, com perseverança, seu próprio ideal de vida”.

A arte de liderar exige uma mente sempre inovadora e um coração sempre desperto à criatividade do Espírito. Era esse estilo de liderança – fundamentado na reflexão (e mais ainda na oração) – que o fundador da Família Paulina tentava incutir no coração de seus seguidores e seguidoras.

Os superiores, disse certa vez Alberione, “devem ensinar a refletir, a guiar-se segundo os princípios; procurem formar pessoas dóceis, mas sem deixá-las no infantilismo”, pois “se alguém não sabe dirigir bem a própria casa, como poderá dirigir bem a Igreja de Deus?” (1Tm 3,5).

Com efeito, num estilo de liderança onde não haja espaço para o diálogo e a “sinergia apostólica”, aí prevalecem a tirania e a indiferença. A “liderança paulina” flui na medida de nossa interioridade. Aliás, foi graças a essa experiência interior que o padre Alberione exerceu, por pura misericórdia, a liderança da fraqueza e da humildade, e não do poder e do domínio. Nesse sentido, podemos até ser bons comunicadores e líderes altamente eficazes, mas, se nos faltar aquela dose necessária de piedade e moção do Espírito, a nossa própria vocação será estéril.

 

*Francisco Galvão é junior da Província Brasil.

 

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28 mars 2024

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