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Thu, Mar

Vivemos em uma sociedade cada vez mais midiatizada e conectada. Além da agitação e da pressa, o nosso cotidiano é atravessado por inúmeras conexões. O espaço para o silêncio e a pausa está cada vez mais escasso. Em certo sentido, nunca estivemos tão conectados uns com os outros, mas, ao mesmo tempo, tão distantes de nossa interioridade como nos dias atuais. Nesta era de tanta interatividade, cada rosto feliz esconde um deserto no recôndito da alma.

De alguma forma, estamos sempre sendo expulsos pela pressa, embora nem sempre saibamos, ao certo, para onde estamos indo. Vivemos sempre ocupados e atarefados, embora nem sempre encontremos sentido naquilo que realizamos. Como dizia Henri Nouwen, “é raro um momento em que não tenhamos o que fazer; movemo-nos pela vida de um modo tão aturdido, que nem ao menos temos calma e sossego para imaginar se vale a pena pensar, dizer ou fazer as coisas que pensamos, dizemos ou fazemos”.

Todos os seres humanos, de um modo ou de outro, carecem de transcendência e disciplina espiritual para encontrar sentido e plenitude. O cultivo espiritual é o que nos possibilita encontrarmos inteireza em nossos sonhos e em nossas relações. Quanto mais distantes de nosso eu verdadeiro, mais fragmentados serão nossos encontros e experiências. Precisamos reencontrar o caminho de volta à nossa morada interior. Caso contrário, continuaremos reféns de nossos apegos, angústias e das falsas expectativas em relação a Deus e as pessoas.

Sem um pouco de silêncio e recolhimento, a nossa própria existência torna-se vazia de significado. Podemos até ser muito competentes naquilo que fazemos e, inclusive, ser reconhecidos pelo nosso trabalho apostólico, mas, se não fizermos as pazes com a nossa solidão mais profunda, nenhum elogio ou reconhecimento será capaz de saciar a nossa sede de infinito.

Segundo Thomas Merton, “deve haver um momento no dia em que o homem que faz planos os esqueça e aja como se não tivesse feito plano algum. Deve haver uma hora do dia em que o homem que precisa falar fique em total silêncio. E que sua mente não mais formule raciocínios e ele se pergunte: tinham algum sentido?”.

O apóstolo comunicador é chamado à universalidade aliada a uma criatividade fecunda e contínua. Para tanto, ele precisa estar sempre ligado a Cristo, a autocomunicação do Pai. A fecundidade apostólica de todo cristão depende, em todos os sentidos, dessa relação incessante de confiança e intimidade com o Mestre.

Para um comunicador, estar conectado é importante e, em certas circunstâncias, até inevitável, todavia, não podemos jamais esquecer o cuidado de nossa interioridade, pois, como afirmou o bem-aventurado Tiago Alberione, “é necessário viver de Deus para comunicar Deus”.

*Francisco Galvão é junior da Província do Brasil.

Agenda Paolina

March 28, 2024

Nella Cena del Signore (bianco)
Es 12,1-8.11-14; Sal 115; 1Cor 11,23-26; Gv 13,1-15

March 28, 2024

* SSP: 1988 Maggiorino Vigolungo viene proclamato Venerabile.

March 28, 2024FSP: Sr. M. Augusta Biolchini (2018) - Sr. Donata Narcisi (2019) - Sr. M. Dorotea D’Oto (2023) • PD: Sr. M. Tarcisia Spadaro (2008) - Sr. M. Emanuella Santini (2011) - Sr. M. Leonarda Pompiglio (2023) • IGS: D. Giorgio Zeppini (2018) • ISF: Michele Perillo (1996).